domingo, 8 de março de 2009



" Lágrimas "



"Imóvel. Olho fixamente no vazio de um futuro distante, vislumbrando uma névoa espessa, vaporizada de uma vontade incerta. Partem dos olhos dois raios luminosos, vagando por entre teias envelhecidas de um coração massacrado, penetrando por entranhas místicas, perdendo-se no vácuo obscuro de um íntimo passado.
Dos lábios, palavras murmuradas enchem o ar dum silêncio ensurdecedor, qual sinfonia muda de uma noite nublada, ocultando o brilho prateado do luar moreno e o esplendor reluzente de luzes cintilantes de infinitas estrelas.
Luz e som vagueiam por emaranhados caminhos do pensamento, ecoando e iluminando uma mente bastarda, sofrível em sua plenitude, que revela um sentimento dantes oculto e que agora toma o sentido do bem-querer, agigantando-se por méritos próprios e vontade de vencer. Mergulha no rubro do sangue, percorre veias pulsantes, desaguando em uma cachoeira volátil sob a forma de uma lágrima."

Floripa, 16. Fev. 86.

Gero.


Mais uma as minhas viagens intelectuais do passado, que agora resgato aos poucos. São flashs de momentos únicos; um retrato ocasional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário