domingo, 8 de março de 2009


" Começo "

“ Por que? Por que de tudo isso? O que ocorre? Minha cabeça gira. Meu peito aperta. Não sei. Sou o único entre tantos idênticos; entre tantos iguais. Subo ao céu. Voou como ave. Subo ao céu; mas na terra. Sou eu; sou a exceção, sou igual. Não. Por que isso? Tudo parece tão melancólico, sereno, inquieto. É; isso é a vida. Não penso, escrevo. Estou aqui, e meu pensamento nas nuvens; que cobrem o mar e rodeiam a terra; que molham o rio. Tudo parece tão irreal. Quero fugir, quero sair. Não. Devo enfrentar; assumir. Assumir o quê? Quero sumir. Gozado; o que faço aqui; não estou aqui. Sim, estou; mas não quero. Minha mente está esgotada. Meu corpo, cansado. Meu dia, acabado. Não me controlo; a caneta cai. Tudo é tão diferente. Porque o mundo é assim; eu sou assim. Era. Sou outro; novo; antigo. A mesma coisa. Estou morto. “



Floripa, 06. Out. 82.

Gero.

Em 1982, durante um exercício de Português, numa 'escrita livre', a idéia era esvaziar a mente e escrever tudo o que lhe viesse de lembranças ou pensamentos, e nasceu aí esse amontoado de palavras sem nexo, mas que serviram de base para minha expressão ao mundo de meus sentimentos, medos, alegrias, paixões, expectativas, sonhos...


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