domingo, 15 de agosto de 2010


"METADE"




"Eis que metade de mim partiu,
arrancando do meu todo uma parte,
que sem querer invadiu, ocupou, conquistou.
Presença tímida, figura marcante,
jeito menina, cheiro de mulher.
Palavras amenas nas horas certas,
firmeza contida atrás de um sorriso,
seriedade serena no modo de olhar.
Sem força, sem esforço,
abria portas, transpunha muros,
alçava vôos, sonhava longe.
Mas tinha os pés no chão,
dignos de uma sonhadora,
de uma lutadora, amazona guerreira,
com a candura de uma donzela,
a espera do seu cavalo,
pois o príncipe seria apenas um mero figurante.
Protagonista de seus caminhos,
fez de sua vida um filme,
reeditado a cada dia, a cada hora,
a procura de um final feliz.
Eis que metade de mim partiu,
deixando um espaço vazio,
preenchido apenas por sua presença;
por suas doces lembranças,
que jamais voltará a ser ocupado,
pois dele ela jamais sairá.
Cheiro de menina, jeito mulher.
Para ela escrevi 'Mesclando':
'Vaga lembrança de momentos não tão distantes que se reavivam nas curvas sinuosas de momentos infinitos.
Curvas vagas; imperfeitas lembranças...
... Apenas essas sinuosidades têm o poder de reavivar lembranças vagas.
Momentos infinitos.
Curvas perfeitas."


Mais uma vez obrigado meu amigo e meu irmão, Kleber Estefan Yan Talles Hermann, por mais esta relíquia...


Um comentário:

  1. Essa metade talvez nunca exista. Acho que vc passará o resto de sua vida procurando esta metade, que um dia já fui eu.
    E digo mais: essa outra metade talvez seja tua outra parte, teu outro lado.

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